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A síndrome dos ovários policísticos e os efeitos na saúde das pacientes

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A síndrome dos ovários policísticos e os efeitos na saúde das pacientes

Dr. Felipe Costa e Dr. Luiz Carlos Russi Barbosa, ginecologistas do Fertilitat

A síndrome dos ovários policísticos (SOP) atinge entre 10% e 13% das mulheres em mulheres em idade reprodutiva. Ela impacta a qualidade de vida das pacientes até mesmo após a menopausa. Além de causar infertilidade, está associada a alterações metabólicas, a risco cardiovascular e a doenças psicológicas. Entre as manifestações mais comuns, estão a irregularidade menstrual; acne, pele oleosa e alopecia (perda de cabelo); aumento de peso e obesidade; intolerância à glicose, hiperinsulinemismo e dislipidemia; infertilidade pela predominância de ciclos anovulatórios.

As pacientes também podem desenvolver diabetes tipo 2, obesidade, hipertensão arterial sistêmica, síndrome metabólica e risco cardiovascular. Além disso, a síndrome da apneia do sono, hiperplasia e câncer endometrial, ansiedade e depressão podem ser um problema. As gestantes com SOP têm maior risco para aborto, pré-eclâmpsia, diabetes e hipertensão gestacional. 

O rastreamento de síndrome metabólica em pacientes com SOP e obesidade é essencial. A correta avaliação das pacientes é fundamental, com verificação da pressão arterial sistêmica, índice massa-corporal (IMC), circunferência da cintura, solicitação de exames laboratoriais de colesterol, triglicerídeos, hemoglobina glicada e teste de sobrecarga de glicose. 

O tratamento depende das manifestações clínicas e da presença ou não de infertilidade. O tratamento com ginecologista, nutricionista, educador físico e endocrinologista deve ser encorajado. Nas pacientes acima do peso ou com alterações metabólicas, a primeira intervenção é no estilo de vida, com implementação de orientação nutricional adequada e exercícios físicos. A simples perda de peso pode melhorar os parâmetros metabólicos, prover ovulação e regularizar o ciclo menstrual, possibilitando a gestação. 

O anticoncepcional combinado oral (ACO) é o tratamento de primeira linha para corrigir a irregularidade menstrual, melhorar o hirsutismo e proteger o endométrio nas anovuladoras crônicas. Para a melhora da pele, pode-se usar drogas antiandrogênicas associadas ao ACO e tratamentos cosméticos, como o laser. 

Nas alterações metabólicas, é indicado o uso de drogas sensibilizadoras de insulina e suplementos alimentares à base de inositol. Nas pacientes que não ovulam e desejam uma gravidez, poderá ser necessária a indução da ovulação e até a realização de técnicas de reprodução assistida. Para as pacientes com obesidade mórbida, é indicada a cirurgia bariátrica para a melhora da saúde global e para a obtenção de uma gestação saudável.

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