Artigo: Vasectomia e laqueadura são reversíveis?

Artigo: Vasectomia e laqueadura são reversíveis?

Autor: Dr. João Michelon

A vasectomia e a laqueadura tubária são métodos contraceptivos muito utilizados, por vezes cercados de arrependimento pela decisão. Embora considerados métodos definitivos, há possibilidade de reversão, com taxas de sucesso consideradas altas, podendo chegar a até 90% – tanto para a vasectomia quanto para a laqueadura. Isso dependerá, dentre outros fatores, da técnica usada e o tempo da realização da esterilização; esse último considerado pela maioria como o fator prognóstico mais importante de sucesso da reversão da vasectomia.

Dr. João Michelon é um dos especialistas do Fertilitat

Casais com desejo de gravidez após a vasectomia ou laqueadura poderão optar pela reversão do método ou pela fertilização in vitro. Isso vai depender de criteriosa avaliação médica. A escolha de um ou outro método dependerá da idade do paciente, da idade do parceiro, do risco cirúrgico, dos custos, do planejamento do casal quanto ao número de filhos e de outros fatores de infertilidade que possam estar presentes no casal. Homens vasectomizados há mais de dez anos e com idade acima de 40 anos, mulheres com mais de 35 anos ou aquelas mais jovens, com baixa reserva ovariana, tendem a ser direcionados aos processos de reprodução assistida.

A taxa de gravidez após reversão de vasectomia, num intervalo médio de sete anos da cirurgia, é de aproximadamente 70%. Números semelhantes são obtidos pela reversão da laqueadura tubária num tempo inferior a dois anos do procedimento. Na FIV as taxas são, a cada tentativa, em torno de 50% antes dos 35 anos, em torno de 37% aos 38 anos e 26% aos 40 anos. A FIV traz a vantagem (dependendo da reserva ovariana feminina) de gerar oócitos e embriões excedentes, que poderão ser usados posteriormente em caso de insucesso ou para gestações futuras, antes dos 50 anos, conforme recomendação legal.

O cenário de uma mulher jovem com parceiro masculino igualmente jovem, ou mesmo mais velho, é favorável para a reversão da vasectomia ou da laqueadura; no cenário em que a mulher tem idade avançada ou reserva ovariana comprometida, a reversão da vasectomia ou da laqueadura são questionáveis, com parceiro jovem ou mais velho, ficando a FIV como uma alternativa muito atraente. Naqueles em que a reversão for a primeira opção e a gravidez não acontecer num intervalo aproximado de dois anos, recomenda-se reavaliação para fins de FIV. Com base nos diversos fatores envolvidos, a conduta precisa ser personalizada: o que pode funcionar melhor para um casal, não necessariamente funcionará para outro.

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