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Maternidade solo, não solitária

Maternidade solo, não solitária

Por Débora Marcondes Farinati.

 

A família vem sofrendo profundas mudanças nas últimas décadas, principalmente quanto à natureza de sua composição e de suas funções.  Deixa de fundar-se sob a égide da manutenção do poder econômico e da transmissão genética e passa a ser um espaço onde os laços de afeto ocupam o centro da constituição familiar.  As famílias hoje podem ser homoparentais, monoparentais, recompostas, heteroparentais, sendo a pluralidade a marca da família contemporânea.

Com o advento da pílula anticoncepcional, a possibilidade de uma vida sexual independente da procriação retira a maternidade do lugar de consequência de uma vida sexual ativa e a coloca cada vez mais como possibilidade de escolha, fruto de desejos conscientes e inconscientes, absolutamente singulares.  É na esteira da conformação particular do desejo de filiação em cada sujeito que podemos pensar a formação das famílias monoparentais.

Até não muito tempo atrás, as famílias monoparentais eram formadas por ocasião da perda de um dos cônjuges, quer por morte, quer por abandono . Famílias formadas através da chamada produção independente, onde o desejo é de ser mãe (pai)  e/ou ter um filho sem a presença de um (a) parceiro (a), constitui fato mais recente na história da humanidade e adquire novos contornos a partir das técnicas ofertadas pela medicina reprodutiva.

Longe de patologizar formações familiares diferentes da chamada família tradicional e de padronizar a existência de uma família ideal, gostaria de enfatizar que todo desejo de filhos precisa ser compreendido dentro da história de cada sujeito a fim de que a criança por nascer tenha um sentido em si. Com a maternidade solo não é diferente. Narrar para si mesma a sua história, permitirá que a mulher abra espaço para que a criança possa narrar a dela.

Todo filho por nascer traz desafios, um tanto de incertezas. Passamos a olhar a vida sob outra perspectiva, num mais além de nós mesmos. Transforma a vida e impõe que toleremos não saber. Ser mãe solo acrescenta mais um desafio: ser mãe solo, mas não solitária. Ter com quem compartilhar alegrias e inquietações, assim como o cuidado com a criança é fundamental. Como diz o provérbio africano “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”, assim como é muito importante que a mulher siga tendo uma vida para além da criança, para isso é muito importante contar com uma rede de apoio.

Muitas mulheres que buscam as técnicas de reprodução assistida para serem mães solo verbalizam suas inquietações sobre essa formação familiar: “temo ser cobrada pela criança no futuro”, “meu pai foi tão importante para mim, sinto pelo meu filho não ter a oportunidade de ter um pai”, “como vou contar para a criança sobre o sêmen de doador?”; “será que dou conta de cuidar da criança sozinha?”. Abrir espaço para trabalhar os aspectos emocionais desta formação familiar é fundamental para que a mulher possa encontrar recursos para levar adiante seu projeto de formação familiar com maior tranquilidade e segurança.

 

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