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Afeto e vínculos de confiança e de proteção definem novos arranjos familiares

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Afeto e vínculos de confiança e de proteção definem novos arranjos familiares

As recentes transformações sociais e culturais que estamos vivendo fazem surgir novos arranjos familiares. Se, por um lado, as normas legais não acompanham esse movimento na velocidade necessária, a sociedade, a medicina e a psicologia estão vivendo essas mudanças em toda a sua intensidade. Porém, como toda mudança gera desconforto e necessidade de adaptação, batemos um papo com a psicanalista do Fertilitat, a Dra. Débora Farinati, que fala um pouco sobre as novas famílias e o impacto na criação dos filhos.

Dra. Débora Farinati dedica a carreira a acolher as famílias em busca de reprodução assistida
Qual é o conceito de família na atualidade? O que a caracteriza? 
Primeiro, é importante termos em mente, que o conceito de família é sempre tributário de uma época. Por isso, ele vai se transformando. Lévi- Strauss, em 1956, dizia que a vida familiar está em quase todas as sociedades humanas, mesmo naquelas cujos hábitos sexuais e educativos são diferentes dos nossos. Por muito tempo, o conceito era ditado pela família tradicional, formada por pai, mãe e filhos ligados pela consanguinidade.
Atualmente, a Organização Mundial da Saúde vê a questão de forma mais ampla. Para ela, a “família não pode ser limitada a laços de sangue, casamento, parceria sexual ou adoção. Família é o grupo cujas relações sejam baseadas na confiança, suporte mútuo e um destino comum”.
Hoje, o que a caracteriza é a sua formação plural, com arranjos diversos, tendo como base o afeto e vínculos de confiança e de proteção. Há, por exemplo, famílias monoparentais, homoafetivas, recompostas, heterossexuais etc., que se formam também a partir de elos diferentes.
Como a senhora vê essa mudança nos arranjos familiares?
Tudo o que altera a forma como estávamos acostumados a viver causa estranheza e resistência. Isso é compreensível, mas não nos dá o direito de dizer o que é normal, segundo os nossos padrões. Temos que reconhecer o outro como alguém que pode ser e pensar diferente de nós.
O mundo mudou e as formas de nos relacionarmos se ampliaram. A saúde psíquica de um sujeito dentro da família se estabelece na qualidade dos laços afetivos. Eu acredito nisso.
A psicologia vê diferenças no que diz respeito à criação da criança em uma família com arranjos mais flexíveis?
Como diz Daniela Teperman, o modelo de família nuclear nunca foi sinônimo de normalidade. Não existe uma forma de organização que garanta as condições necessárias à constituição do sujeito. Independentemente da sua configuração, na família não há garantias.
Porém, se por um lado as novas famílias não são produtoras de patologias, por outro sabemos que somos marcados e constituídos por nossas experiências, principalmente as vividas com quem nos cria. As formas de procriação e filiação, a cultura e o tempo histórico em que estamos marcam a nossa constituição psíquica. Elas implicam na nossa forma de ser e de adoecer, o que não é o mesmo que afirmar que produzirão patologias.
Então, quanto à criança, é certo que há diferenças se ela tem pai ou mãe, ou se ela tem duas mães, ou se nasceu de pais mais velhos, ou com gametas doados. Reconhecer essas diferenças não é o mesmo que emitir juízo de valor. Não há um arranjo familiar melhor ou pior. O fundamental para a criança é ser amada, respeitada e protegida.
Para onde os arranjos familiares estão evoluindo?
Homens e mulheres estão revendo a relação com seu próprio desejo, descortinando novas possibilidades de construção de vínculos afetivos e diferentes oportunidades de constituições familiares.
Vivemos um momento de grandes transformações. Não sei se num sentido evolucionista, pois isso poderia dar a ideia de que uma formatação tradicional de família estaria em desuso ou não seria desejável. Talvez, evoluiremos ao aceitar que há jeito certo de formar família. Vamos aprender a respeitar as diferenças e as escolhas do outro sem julgar, algo ainda difícil nos tempos que vivemos.
Como a psicologia pode ajudar na estruturação dessas famílias? 
Ela abre espaço para refletirmos sobre o desejo de ter filhos, pensando além da gratificação de sermos pais e incluindo a criança como alguém a ser considerado. Ela acolhe as angústias, abre espaço para que as perguntas possam ser feitas.
Lembro, novamente, de Daniela Teperman. Ela diz que presenciamos cada vez mais uma parentalidade normativa e ortopédica. Os dramas familiares são omitidos e combatidos para que a vida idealizada seja mantida. Os manuais sobre a gestação, sobre como fazer o bebê dormir, comer ou se comportar denunciam a cobrança imposta aos pais de que cumpram um ideal social normativo.
A busca por perfeição e efetividade atravessa o campo parental produzindo pais inseguros e sobre-exigidos. Nessa posição, não há espaço para as frustrações e falhas. A Psicologia contribui auxiliando os pais a identificarem sua humanidade e, portanto, sua condição de imperfeição.
Qual é o papel da psicóloga no processo de acompanhamento das pessoas que buscam a reprodução assistida?
A escuta psicanalítica ou psicológica é fundamental para quem busca a reprodução assistida. Ela auxilia na elaboração das feridas abertas pela infertilidade e na criação de novos sentidos para esta experiência.
Cada um lida de um jeito com o desejo de ter filhos, com os obstáculos que surgem e como decide enfrentá-los. No entanto, algum grau de sofrimento psíquico é inevitável. Poder falar sobre as angústias, os medos e as expectativas de forma livre abre possibilidades de calibrar as intensidades com que somos afetados por nossas experiências.
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